Os dados sobre rede associativa comprovam ou não a eficácia para quem participa deste modelo cooperativo?
O professor Douglas Wegner levou esta questão para sua página na rede social Linkedin, apresentando dados sobre rede associativa de um respeitado estudo feito recentemente. E resolvemos trazer os detalhes dos resultados para você neste material também.
O estudo em questão é o de Valentina Pieroni, Nicola Lattanzi e Massimo Riccaboni, publicado recentemente no Small Business Economics: An Entrepreneurship Journal — uma das publicações acadêmicas mais respeitadas na área de empreendedorismo e pequenas empresas — aborda essa questão essencial para gestores e empreendedores. A pesquisa fornece evidências claras de que a participação em redes colaborativas pode trazer benefícios concretos para os negócios, especialmente para pequenas e médias empresas (PMEs).
Como foi conduzido o estudo para apresentar dados sobre rede associativa?
Os autores realizaram uma análise robusta, comparando 2.800 empresas italianas que participavam de redes associativas formais com outras 2.800 empresas que não participavam de nenhuma rede semelhante. Esse método permitiu avaliar como o envolvimento em grupos colaborativos influencia métricas financeiras importantes. A análise revelou cinco pontos-chave:
1. Aumento de faturamento com a participação em redes formais
Empresas que entraram em redes formais apresentaram um crescimento significativo em faturamento comparado às que optaram por atuar de forma isolada. Especificamente, após três anos de participação em redes, o faturamento das empresas colaborativas foi, em média, 16,6% maior.
Além disso, o EBITDA (um indicador de lucro operacional) dessas empresas foi 14,9% superior ao das empresas fora de redes. Isso sugere que a atuação em rede gera impactos financeiros substanciais no médio prazo, tornando-se um fator competitivo para empresas de pequeno porte.
2. Dados sobre rede associativa mostram a importância do tempo na consolidação dos benefícios da colaboração
Embora o impacto positivo seja notável, a pesquisa aponta que os benefícios do grupo de negócios não são imediatos. É preciso tempo para que as parcerias se consolidem e para que as empresas possam usufruir dos resultados da atuação colaborativa.
Então, os primeiros anos de colaboração mostram uma curva de crescimento constante nos resultados, atingindo estabilidade após cerca de três a quatro anos. Isso destaca a necessidade de paciência e planejamento estratégico a longo prazo para que as empresas possam colher frutos reais de suas redes colaborativas.
3. As PMEs são as mais beneficiadas na participação em redes associativas
Pequenas empresas, especialmente aquelas com menos de 10 funcionários, observaram um impacto ainda maior ao longo dos anos. A partir do quinto ano de participação em rede, o faturamento das pequenas empresas foi 18,6% superior ao das empresas que não colaboravam.
Isso demonstra que a atuação em rede é particularmente vantajosa para negócios de menor porte, em que a troca de recursos e conhecimento pode fazer uma diferença significativa. Em empresas maiores, o crescimento foi de 11% no faturamento, indicando que embora o efeito ainda seja positivo, ele é mais acentuado para empresas menores.
4. A composição das redes colabora para melhores resultados
Entrar em grupos de negócios que incluem empresas de médio e grande porte pode alavancar os resultados. Empresas que se juntaram a redes associativas com pelo menos um participante maior tiveram um EBITDA 29,4% superior no primeiro ano, e 28,4% superior no quinto ano, comparado ao de empresas que optaram por redes mais homogêneas ou sem essa presença.
E isso ocorre porque empresas maiores geralmente trazem recursos adicionais, como capital, tecnologia e experiência de mercado, que podem ser vantajosos para os parceiros de menor porte.
5. Os dados sobre rede associativa ainda mostram que a proximidade geográfica aumenta a eficácia da colaboração
Redes compostas por empresas situadas na mesma região apresentaram impactos financeiros ainda maiores. A proximidade facilita interações presenciais, promove uma comunicação mais fluida e permite a construção de relacionamentos sólidos entre os membros.
A apresentação de dados sobre rede associativa, mostra que essa proximidade reduz a necessidade de contratos formais e minimiza os custos de coordenação, contribuindo para uma colaboração mais eficaz. Assim, redes locais não só tornam o processo colaborativo mais acessível, como também tornam as interações e ajustes mais ágeis.
A mensagem para empreendedores e gestores que fica é:
Com base nos resultados deste estudo, algumas orientações práticas emergem para quem deseja melhorar o desempenho de suas empresas por meio da colaboração em redes:
– Invista em redes colaborativas, mas esteja preparado para um processo gradual: Os efeitos da colaboração não aparecem de forma imediata; é necessário tempo para que as relações se fortaleçam e a confiança seja estabelecida. Pacientes, as empresas que investem em redes a longo prazo tendem a ver retornos consideráveis.
– Escolha redes com diversidade de tamanho entre os participantes: Estar em uma rede com pelo menos um parceiro de médio ou grande porte pode trazer vantagens adicionais, tanto em termos de recursos quanto em aprendizado estratégico, que podem impulsionar o crescimento das PMEs.
– Prefira redes associativas com parceiros locais, sempre que possível: A colaboração com empresas da mesma região pode facilitar o acesso e criar uma relação de confiança entre os participantes. Essa proximidade reduz barreiras e possibilita uma comunicação mais eficaz e constante, o que pode potencializar os resultados do grupo de negócios.
– Foque em estabelecer regras de governança para a colaboração: Redes com empresas que possuem recursos variados podem se beneficiar ainda mais de uma governança bem definida. Essas regras facilitam o alinhamento entre os parceiros, promovendo uma colaboração harmônica e sustentável.
A relevância da pesquisa para a tomada de decisão estratégica
Os dados sobre rede associativa deste estudo contribuem significativamente para o entendimento de como a colaboração em rede pode ser uma estratégia eficaz para impulsionar o desempenho das empresas, especialmente para PMEs que enfrentam limitações de recursos.
A metodologia inteligente aplicada pelos autores fornece dados sólidos para gestores e empreendedores tomarem decisões estratégicas baseadas em evidências, podendo optar por atuar em rede com base em dados sobre o retorno esperado.
Assim, pesquisas como essa tornam-se ferramentas fundamentais no planejamento e execução de estratégias empresariais. Permitindo que os negócios aproveitem ao máximo o potencial da colaboração.
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